segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

2008 sem hora marcada

O último dia de cada ano é esperado com ansiedade ao longo de 365 dias. Com um grupo de amigos, numa casa perdida algures numa vila alentejana, como toda a gente, naquela noite aguardava o momento em que na televisão aparecesse a tão desejada contagem decrescente, patrocinada por uma ou outra bebida alcoólica. A música já tocava bem alta, enquanto na televisão os gatinhos mal-cheirosos enchiam copo atrás de copo de champanhe e casais apaixonados se uniam no santo matrimónio, à falta de melhor programa para a última noite do ano.
Eram onze e meia e os minutos demoravam a passar, enquanto na mesa já esperavam as passas, ordenadamente dispostas em montinhos de doze, e as taças, prontas para à meia-noite em ponto se encherem de champanhe.
Finalmente o grande momento chegou. É ali, ao fim daqueles últimos dez segundos de 2007, que tudo acontece. As passas na mão, as garrafas de champanhe prontas para serem abertas pelos homens da casa. É por este momento que os portugueses esperam, é neste momento que Portugal pára. “10, 9, 8...3, 2, 1!” Os copos à volta da garrafa, a ansiedade, a rolha teimosa que não quer sair. “10, 9...3, 2, 1!”, gritamos outra vez. “Vai sair.. É agora!” A rolha parte-se. Mas nem tudo estava perdido, ainda tínhamos uma segunda garrafa. Enquanto alguém corria para a cozinha em busca de um saca-rolhas, a contagem recomeçava uma e outra vez. Passavam já dez minutos da meia-noite, mas enquanto não se ouvissem as palavrinhas mágicas estávamos ainda em 2007. Segunda garrafa. A contagem ainda continua e a história repete-se. O saca-rolhas chegou finalmente para auxiliar os esforçados guerreiros, que se defrontavam com o champanhe em nome de uma meia-noite digna, enquanto a claque se mantinha firme na gélida noite alentejana: “10, 9...3, 2, 1!”, contávamos como se fosse a primeira vez. Agora sim: “Feliz Ano Novo!”, grita-se em plenos pulmões.
A emoção era total e chegava com 25 minutos de atraso. As passas na boca, o turbilhão de desejos e, finalmente, os primeiros goles de champanhe do ano. Os olhares cruzam-se. Naquele primeiro momento, aquelas oito pessoas tiveram o mesmo desejo para 2008: ter dinheiro para comprar champanhe decente. A tonalidade cor-de-laranja e o gosto azedo não eram de todo o esperado, mas valeu a pena. O primeiro brinde de 2008! Afinal, o início do ano é quando o homem quiser, ou pelo menos quando o champanhe abrir.

(A bela da minha pseudocrónica. Enfim.. a piadinha não é muita, mas é com estas merdas que eu sou avaliada na faculdade. Ou com mais ou menos isto, porque o prof cortou-me metade do texto e pra variar disse que tava "vá..esquisito"! Pronto, tá bem.. a nossa meia-noite não foi isto tudo..tá liiigeiramente exagerada! Mas teve a sua piada=PP)

3 comentários:

cheila duarte disse...

Epah..LINDO! Esse teu professor é um incompetente..está muito bom*

Marta Gião Carneiro disse...

Custou, mas chegou!!!! ...o pior da nt nem foi a "meia-noite e vinte e cinco" foram mais os minutos que se seguiram.....mas disso n vale a pena falar LOL

Brissos disse...

Minutos que se seguiram? Aqueles em que lavámos os dentes, vestimos os pijamas com ovelhinhas e fomos para a cama.. sim.. tudo normal!=)