sábado, 26 de abril de 2008

Perdidos por cem, perdidos por mil...

Sexta feira, 25 de Abril, feriado dos feriados.
Acordo, desgostosa, por volta das 13h, já a pensar em pegar naquele livro pequeno que temos para estudar para a frequência de 3f. Ligo o telemovel e logo de seguida recebo uma mensagem: "" E uma tremoçada e umas cervejas ao final do dia numa esplanada qualquer? Tipo 18h...até a hora do jantar...". Remetente: Inês Santos.
Pensei: " Boa ideia, mas não tenho dinheiro e além disso tenho de estudar. É pena."
Ligo o computador, entro no msn e falo com a Inês. Digo lhe que não posso ir, ela tenta-me convencer a ir, eu volto a dizer que não, ela volta a tentar convencer-me até que mudamos de assunto e eu penso, enganada, que ela está convencida a não me tentar convencer mais. Isto dura até que oiço outro trlim no telemovel. Era a Marta com uma mensagem ameaçadora "Tu vens logo." A Inês fez-lhe queixinhas e eu chamo-lhes nomes. Estava convencida. Ia. Almocei, fui beber café e fui estudar. Chegaram as 18h30 e lá estavam eles em fente a minha casa. Eles de calções e t-shirt, elas de top e a Marta de saia (risadinha), eu de calças, casaco e lenço atado à mala para alguma eventualidade ( ainda n sabiam eles o quanto eu era a mais esperta de todos naquele momento). Fomos. Primeira paragem: esplanada com caracois. Pedem-se cervejas, torradinhas, mais cervejas. Acabam-se os caracois, vamos aos amendoins e à sueca italiana. Mais imperiais, mais amendoins. Olhamos para o relógio: quase 20h. Olhamos uns pos outros e comentamos a rir:
"se não fosse tempo de estudo a noite acabava mal"
"AH AH AH AH AH "
"Realmente isto era noite pra acabar dura se não tivessemos de estudar"
"AH AH AH AH"
Mais amendoins, mais cerveja quando vemos chegar ao café uma coisa estranha.
" São caracois?? Paulo, vai la perguntar"
E o Paulo foi. Quando voltou:
"Pessoal, boas noticias. Não são caracois, mas é berbigão por conta da casa."
"yeahhhhhhhh AH AH AH AH AH AH AH AH AH"
"MANDA VIR."
Mais cerveja, mais sueca italiana. O relógio ja vai avançado. As duas horinhas das 18h até ao jantar já tavam mais que passadas. A Marta entusiasma-se com a perspectiva da noite e manda entorna um copo de cerveja em cima da mesa toda. Caos. O berbigão chega, pedimos mais cerveja, mais torradas e lançamo-nos que nem famintos às travessas. Não chegou a 5minutos o tempo preciso para que o berbigão desaparecesse. Vem a senhora do café:
"Querem mais? Temos ali muito e não queremos que se estrague."
"Ohhhh, nós não queremos que se estrague comida. Atenção, é só por isso que aceitamos. Estragar comida é que não."
Mais cerveja pra acompanhar a segunda rodada de berbigão à pala. Já consta no relogio cerca de 21h e pouco. Telefona a mãe e lá tenho eu de dizer que não janto em casa porque estamos numa esplanada a comer berbigão. Não falei da cerveja. Tinha cerca de 5centimos na carteira. Acabamos o berbigão e começamos a falar outra vez:
"ahhhhh se não fosse noite de estudo..."
" Ohhhh..PERDIDOS POR CEM PERDIDOS POR MIL. Já que tamos aqui vamos so la abaixo beber um cafésinho."
"Não! Temos de estudar!"
"Olhem..vou pedir mais cerveja, alguem quer?"
"Epah..podemos beber café aqui. Comemos à pala, bebemos cá cafe."
"Yaaaa.."
E, de repente, alguem diz as palavras que todos de certeza já tinham pensado:
"Epah..eu tou com medo da conta."
"Ya pah, a gente não vai ter dinheiro pra pagar. Não pedimos já pah."
"Pois não, a conta deve ser assustadora. Pedimos antes os cafes."
E aqui começo eu com problemas de consciência:
"Epah, eu não tenho dinheiro nenhum. Não vou beber café."
E logo me diz a Marta, de novo com tom ameçador:
" Fdx, ja comeste que nem uma cavala e agora preocupas te com um cafe? Bebe masé o cafe e cala-te."
"7cafés por favor."
Eram 22h. Ninguém tinha casacos (ALÉM DE MIM) e uma aragem começava a sentir-se, mas todos tinham um enorme peso na consciência. Frequência de comercial na 3f, frequência de obrigações na 6f e nós ali a vivermos na primeira pessoa o que é de facto ser estudante universitário no meio deste grupo de gente. É marcar um fim de tarde relaxante só pa descontrair um bocadinho ( só dias horinhas) e ninguem acabar por ir jantar a casa, nem estudar nada de nada.
"DEVIAMOS TAR A ESTUDAR!!"
"pah..agora ja tá...PERDIDOS POR CEM PERDIDOS POR MIL!"
" Sim realmente, já que estamos fora de casa agora vamos beber umas ali ao very light que são 60centimos"
"Pede-se a conta então!"
"Epah, não vamos ter dinheiro."
Aqui começaram todos a depositar fé no Duarte, o amigo rico com uma casa com piscina e um apartamento nas twin towers. Chegou a conta: 43 euros e 70 e poucos centimos!
Olhamos uns pos outros, olhamos po Duarte. Ele tinha cara de desespero. Desesperámos todos e desatámos a rir. Os próximos 50 minutos foram passado a tentar arranjar dinheiro, a juntar os troquinhos todos: tinhamos 42 euros. Faltava 1 mísero euro e pouco. Como é que é possivel? 1 euro!!!!! Não tinhamos realmente dinheiro pra pagar a conta depois de tanto gozar com o assunto. Não tinhamos dinheiro! Alguém tinha de ir levantar. Foi a Marta com a Inês e o Sergio e o Bruno resolveram ir atrás, deixando-me a mim sozinha com o Duarte e o Paulo. Demoraram um porradão de tempo. Já estava eu a pensar que tinha loiça pra lavar naquela noite e chão de casas de banho pra esfregar quando as avistei. Pronto. Iamos finalmente pagar a conta, depois de 50minutos a fazer sala na esplanada com os trocos em cima da mesa e o resto dos clientes todos a rirem-se à nossa custa. Que vergonha!
A conta ficou paga e a pergunta caiu do ar: E agora? O que fazemos? Bem, mais uma vez, PERDIDOS POR CEM, PERDIDOS POR MIL...fomos beber cervejas pra outro sitio.

2 comentários:

Marta Gião Carneiro disse...

Faltam dois ptos importantes...
1º Também eu tinha o providencial lencinho dentro da mala, como não podia deixar de ser...
2º o Paulo, bem mais entusiasmado que eu, e querendo ser a estrela da noite, lembrou-se de entornar um prato cheio de molho dos berbigões em cima da minha saia BRANCA!!! Valeu-me a senhora do cáfé, q mto prontamente me ajudou a limpar a saia c um paninho com àgua quente!

Inês disse...

A tal senhora do café q te meteu o pano p baixo da saia não é...

Foi uma saída daquelas bem ao nosso jeito q ainda vai dar tema de conversa para muito tempo e ficará até conhecido como o "25 de Abril em que não tinhamos dinheiro para pagar a conta".

Daqui a um ano, outra vez em frequências, não se esqueçam, não sejam irresponsaveis e..... levantem dinheiro antes. =P